segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cota Hexa


“Festa rubro-negra domina a cidade[...]”
O Globo, 07/12/09


Stop.
O tempo parou
Ou o Flamengo foi campeão?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Apresentação




Olá!, meu nome é Caramuru - o homem filho do deus trovão -. Anoiteci ao sul do Equador, na terra onde não exisitia o pecado, em que os homens viviam em harmonia tanto com a natureza, quanto com si mesmos. Todavia, ao acordar, deparei-me com um mundo muito diferente do que eu vivi; um mundo cinza, onde apenas encontro o aço, o asfalto, o concreto, a sujeira e o infeliz império da desconfiança mútua.
Motivado pelo espírito guerreiro de meus antigos patrícios, tendo abandonado meu consagrado mosquetão e adotado o lirismo de minha poesia, assim como a música de meu pandeiro como minhas modernas armas, lancei-me em uma cruzada pessoal contra o que considero os inimigos do homem tão presentes nesta nova realidade: o desrespeito, a ganância, a tristeza, o materialismo cego e o desentendimento...
Apesar de ser muito clara a força mosntruosa de meus 'inimigos', minha fé em trazer à tona os valores de pouco mais de quinhentos anos atrás é inabalável. Minha pretensão é fazer do meu codenome, as minhas ações, ao lançar trovões de crítica, emoção e celebração contra o lado obscuro do mundo.
Minhas armas, sem dúvida, são a parte menos primordial desta minha jornada, mas sim, é a essência anímica de meu ideal exaltado por xamãs da música, das artes e da literatura que assumem o papel central de tudo isso. Sendo este, por fim, o meu convite místico para deixar-se possuir pela alma deste chamado com o intuito de formar uma aliança em busca do que, um dia, já fez este lugar chamar-se paraíso.
03/10/09

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Soneto À Rosa


Ó, Rosa, vejo que pela vaidade,
Em tanta seda, você se faz lustrosa,
Com o mais fino perfume, a beleza
Sua, em todo o jardim, não tem igualdade,

Porém, gostaria que soubesse, ó, Rosa,
Que uma bela flor logo tem seu poente,
Que toda seda fica velha e esgarça
E que a vaidade se esvai em um instante.

Mas, caso for verdade, belíssima flor,
Que o tempo é soberano e decadente
Para a matéria, de pequeno valor

É teu brio. Se quiser vencer o tempo,
Seja vaidosa ao que o corpo transcende
E será a mais bela em todo momento.

19/10/09

domingo, 11 de outubro de 2009

Poema À Evolução Humana


“It’s evolution, baby”

Eu sou o homem, eu sou a civilização
Minhas mãos realizam coisas incriveis,
Pois eu sou a sexta divina criação,
Feito para estar no topo e sermos reis.

Para sustentar a minha coroação,
Eu mato no momento necessário
E também quando ainda existir outra opção,
Caso assim me mantiver perdulário.

Pela minha causa de valores fieis
Aos instintos aferidos da razão
Cega de minha fome, eu chego a absurdez

De assumir o estado de um ser primário
Dotado de uma desumanização
Feita em engenhos autofagocitários.

10/10/09

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Soneto das Duas Faces


"I look inside myself and see my heart is black"

Se eu arrancasse essa minha mascara
Forjada em tanta seda e honradez,
Decerto veria eu o espanto em tua cara,
E esta, a verdade como em nenhuma vez:

Uma necrose que já não mais sara
De ideiais arraigados nas entranhas
De um corpo agora subsistente para
Servir de lenha a tais brasas estranhas,

Que se consome, ora pela altivez,
E ora pela paixão tão negra e cara,
De forma que só o orgulho e a morbidez

Sobejem após tudo virar cinzas,
Autodevorando-se pela tara
De serem, enfim, só mortas ou vivas

07/10/09

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Camisa de Força



Está mais do que viva essa agonia
De, por inteiro, o corpo acorrentar.
Está muito mais que vivo esse atar
De forças, esse querer que não sacia,

Visto que, quando é grande o espanto
Causado pela vontade de violar
O que é sagrado, muito maior será
A resposta dada e seu quebranto.

Já não tem mais volta, nem nenhuma via,
Não há nada com que se possa lutar,
E o querer a todo momento se esfria,

Pois, se abro a boca, logo irão gritar,
Se tenho fé, trazem-me o desencando,
Se peço sim, logo dão-me o não santo.


25/09/09

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Soneto Nº I



Já se situa muito de mim distante
A estrela de meu coração, que tão cara
À mim é, pois negou-me ser amante,
A quem o carinho meu ainda perdura

E reluta e queima, sempre num rompante
A trucidar bases de qualquer razão,
Tanto material, quanto somente
Lógica, desatando, enfim, em sua vazão.

Como porém será esta loucura
Como uma dor infeliz que não sara,
Como o eterno sabor da ilusão,

Se eu a tenho mesmo que na contradição?
Se me sorri na névoa da noite?
Se em meu coração está presente?

domingo, 10 de maio de 2009

Soneto do Nauta(vestibulando)


Zarpei de um porto calmo e seguro
Para me atirar em oceanos
De onde não se vê mais que o nevoeiro
De onde só se ouve lendas e mitos

A correnteza me leva em direção
Ao risco das sereias e seus encantos
E à batalha contra o maior dos monstros:
O gigante Adamastor da provação

Na promessa confiei piamente
De que prazer e terras teria além-mar
E por isso exauri meu corpo e mente,

Pois nunca ninguém chegou em tal lugar
Sem ante ao perigo tomar frente
Sem antes o fim do mundo ultrapassar

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Soneto de Tübingen


Ah, Tübingen, o orvalho congelado
Das suas manhãs frias matam-me de saudade,
Assim como o nascer do Sol apressado
E a noite que durava uma eternidade

Nestes dias, eu firmava amizades
Com boêmia nas margens do rio Neckar
E em meio a esta alegria de festejar
Perdeu-se, em amor, o meu peito errante

Ah, Tübingen, intacta enclausurei-te
Na minha memória, assim como o fardo
Da nostalgia vinda depois do apartar

Pois, ao transformar-me em um trausente
Vi-me também ser imortalizado
Ao deixar em tuas ruas, uma parte de mim a vagar (11)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Acordar

Dizem que é bom entregar-se ao sono,
Dizem que é agravel e traz bons sonhos,
Que estou cansado e que preciso ir à cama
E tranquilizar a minha mente insana,

Acontece que não creio nesta fama
Acontece que só creio na insonia,
Jamais nesta hipnose dos estranhos,
Na correnteza do fácil acanho

Pois, ao conservar os meus olhos abertos
Apenas para as estrelas, logo perto
Demais estarão de meu grande temor

Pois, ao mirar para o chão, somente a dor
E seu baque verei, isto porque é certo
Não tocar no céu, mas sim o pó do deserto (11)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Alvorada da Vida

Tão distantes estão os tempos de outrora,
Em que a preocupação era apenas
Algo dos mais velhos. Foi-se embora
A idade das mais belas inocências.

Nestes tempos era o mundo de fora
Imenso e seguro. As brincadeiras
De salada mista, do pique-cola
De dar as mãos e se beijar não tinham hora.

Seria possível afirmar que mora
A saudade dentro de mim, se por ora,
Ou para sempre, fossem eternas as penas

Da idade, se meninos e meninas
Não fossemos ainda. Se quem sonha,
Não fosse mais que uma criança risonha.

15/03/09